SindHosp orienta hospitais para criteriosa anamnese epidemiológica para identificar variante Ômicron

SindHosp orienta hospitais para criteriosa anamnese epidemiológica para identificar variante Ômicron

Em coletiva de imprensa, o SindHosp-Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo informou que está orientando os serviços de saúde – hospitais, clínicas e laboratórios – para que redobrem atenção na anamnese epidemiológica de pacientes suspeitos com Covid-19.

Importante incluir no questionário perguntas para saber se o infectado esteve no exterior e em quais cidades circulou no país. Toda informação deve ser comunicada imediatamente às autoridades sanitárias para que possa auxiliar na estratégia de contenção da nova cepa do vírus. Destacou o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, que os hospitais privados respondem por 60% do atendimento do SUS no estado e os planos de saúde – por meio dos hospitais – atendem 37% da população paulista.

“Lembro que o primeiro vírus da Covid-19 foi detectado no Brasil pelo Hospital Albert Einstein, que atendeu o paciente vindo da Itália. E neste momento também foi no Einstein detectada a nova cepa em dois pacientes vindos da África do Sul”, alerta o médico.

Yussif Ali mere Jr. presidente do SindRibeirão, o sindicato dos hospitais da região de Ribeirão Preto, e da Fehoesp, a federação paulista, alerta que há um legado de mobilização de equipes de saúde e atendimento deixado pelos piores momentos da pandemia, mas a população precisa entender que as medidas de autoproteção serão permanentes, podendo ser flexbilizadas, mas também acionadas a qualquer sinal de alerta. “O Brasil ainda não tem um sistema de saúde preparado para outros adventos como este. As equipes de saúde se superaram e superaram, inclusive, as deficiências estruturais. Mas agora é preciso um amplo debate para capitalizar todo esse aprendizado e avançar na organização de um sistema de saúde proativo, que congregue a expertise do público junto com a do privado, e torne-se um sistema de inteligência. À parte, é mais que urgente uma campanha permanente de educação da população. Sem isso, o futuro torna-se perigoso”, analisa.

Aumento de testes

O SindHosp levantou também uma importante questão para o mapeamento da nova cepa. Para Balestrin, aumentar a testagem aumenta a chance de se identificar eventuais mudanças genéticas e a identificação da nova variante.

Hospitais estão preparados para uma nova onda?

O aparato dos hospitais para o atendimento de pacientes com Covid-19 foi desmobilizado em decorrência da queda de internações e a desocupação dos leitos clínicos e de UTI no estado de São Paulo.

Na última pesquisa SindHosp realizada em novembro 2021 (de número 20), apenas 14,71% dos leitos clínicos encontravam-se ocupados enquanto a ocupação da UTI para o paciente Covid-19 estava em 20,5%. “No entanto, os mais de 18 meses da Covid-19 permitiram acumular um aprendizado da pandemia com o treinamento de profissionais e a aquisição de equipamentos o que nos deixa mais ágeis e preparados para enfrentar uma nova situação”, destaca Balestrin.

“A UTI Covid-19 necessita de equipamentos especiais e uma equipe altamente especializada. Caso haja uma nova onda, teremos que ter um prazo para mobilizar novamente toda a estrutura. Por este motivo, ainda acreditamos ser muito importante a manutenção de medidas sanitárias como o uso de máscaras em ambientes fechados, a lavagem de mãos e se evitar aglomerações, sendo imprescindível a vacinação em massa. Soma-se ainda a necessidade da implantação de barreiras sanitárias nos portos e aeroportos, com critérios específicos, para se evitar o alastramento da nova cepa”, destaca.

A trajetória das 20 pesquisas SindHosp aponta desafios

A experiência do SindHosp com as 20 pesquisas Covid-19 levantou os problemas enfrentados no combate à pandemia, apontou tendências e orientou gestores públicos e privados e a população sobre os movimentos da pandemia. “E esta experiência nos prepara e nos avaliza para novos enfrentamentos”, enfatiza o presidente do SindHosp.

Entre os principais problemas apontados pelos hospitais no combate à pandemia destacam nas pesquisas a falta de médicos (78% dos hospitais apontam falta de médicos nas pesquisas de março e abril de 2021); 61% apontam aumentos abusivos de preços de EPIs (fevereiro 2021); 58% apontaram a dificuldade de reposição de estoques de materiais e medicamentos; 81% dos hospitais apontam a falta de profissionais de saúde como problema em praticamente todas as pesquisas.

“Não há sistema de saúde que suporte uma demanda exagerada de pacientes Covid-19 de uma só vez. Para se evitar o colapso da rede de saúde, o poder público precisa criar uma ampla estratégia, com integração da atenção primária dos setores público e privado para o enfrentamento ao vírus, usando preferencialmente, estratégias de prevenção”, frisa o médico.

Sobre o SindHosp

 

O SindHosp é o mais antigo (1938) e maior sindicato patronal de saúde da América Latina e representa 55 mil serviços de saúde privados no estado de SP.

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