O verão 2021/22 começa oficialmente dia 21 de dezembro, às 12h59. Com ele, aumentam as preocupações com a proteção do maior órgão do corpo humano, a pele. O Instituo Nacional do Câncer (INCA) regista por ano cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele no Brasil. Esse tipo de câncer corresponde a 33% dos diagnósticos da doença no país. Por isso, em 2014, foi instituído pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) o Dezembro Laranja para ações de alerta e conscientização sobre o câncer de pele.
“Os raios solares não são os únicos causadores do câncer na pele, mas são um dos principais fatores que levam ao desenvolvimento da doença”, alerta o dermatologista Weber Coelho. “Por isso, eternamente nós fazemos o alerta para que as pessoas não negligenciem os cuidados com a pele, principalmente durante o sol entre as 10h e 16h”.
Além do sol, é preciso estar atento à história familiar de câncer de pele. “Isso pode ser um indicativo de risco e deve servir de alerta”, explica o médico. Segundo ele, para as pessoas com histórico de casos entre parentes, as de pele e olhos claros, e também as pessoas loiras ou ruivas precisam tomar mais cuidado com a incidência solar na pele e procurar um médico sempre que perceberem alguma lesão, mesmo que pareça inofensiva, em qualquer parte do corpo. A detecção precoce é uma grande aliada e pode evitar tratamentos mais agressivos, com mais chances de cura.
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e pode acometer qualquer região do corpo, inclusive a palma das mãos, planta dos pés, unhas, couro cabeludo, pescoço, ombros, costas, orelhas. “A doença pode se manifestar em uma pinta que mudou de cor ou tamanho, uma diferença na pigmentação da pele, uma verruga nova, uma crosta que sangue com facilidade, daí a necessidade de procurar um médico diante de qualquer suspeita”, alerta o dermatologista.
A automedicação é outro risco para a saúde. “As receitas de amigos, o uso de uma pomada que estava guardada em casa, ou mesmo o ato de postergar uma consulta entendendo que a gravidade da alteração na pele não é significativa podem comprometer em muito a saúde do paciente e exigir tratamentos mais complexos” explica.
O médico lembra que o uso de protetores solares não é suficiente para garantir a proteção contra o surgimento de câncer de pele. Ele explica que é importante adotar hábitos como procurar sempre caminhar à sombra, escolher sempre que possível os horários com menor incidência de raios solares para sair e adotar o uso de acessórios como óculos escuros, chapéus etc. “A exposição ao sol tem efeito cumulativo; então é bom saber que a incidência de raios ultravioleta, com o tempo, vai danificando as células”, orienta. Ele lembra que os efeitos daquele sol tomado todo verão, com boas horas de piscina ou praia, não acabam com o fim da temporada, explica.
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Weber Soares Coelho
Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP
Dermatologista pela SBD-Sociedade Brasileira de Dermatologia
Membro efetivo da SBD-Sociedade Brasileira de Dermatologia
Membro da SBCD-Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
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