A publicidade médica tem novas regras e todos precisam se adaptar até março de 2024. O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou a Resolução CFM nº 2.336/2023 com diversas mudanças nas regras para divulgação de serviços e procedimentos médicos pela internet.
Dentre as principais alterações estão a liberação da divulgação de preços para serviços médicos e estabelecimentos de saúde, como clínicas, para consultas, exames e procedimentos de forma clara e objetiva, sem comparativos ou descontos chamativos, ou fora da normalidade.
Para Ediney Giordani, Especialista em Marketing Digital da KAKOI Comunicação, esta é uma vitória do ponto de vista da comunicação para este setor que deixará de ser engessada:
“A resolução disciplina a forma com que estes profissionais se comunicam e “se vendem”. O interessante é que esta resolução foi aprovada pelo CFM após um período de consulta pública, com participação de médicos, pacientes e outros representantes da sociedade, indicando que a novidade ouviu todas as partes interessadas, acabando com alguns absurdos”.
A permissão do uso de imagens de pacientes, por exemplo, é uma das grandes mudanças que acaba com outra situação até então paradoxal: Agora, médicos e estabelecimentos de saúde estão liberados para usar imagens, inclusive selfies, em todas as suas publicidades, claro, desde que relacionadas com suas especialidade e acompanhadas de textos explicativos:
“Essa prática, comum em outros setores que sempre estiveram em sintonia com a evolução das redes sociais, deixa de ser proibida, assim como a possibilidade da divulgação de informações sobre a formação e experiência do médico. Faz muito sentido divulgar o currículo acadêmico e profissional como forma de promoção, desde que sejam informações reais e relevantes para quem está procurando serviços médicos.”
Usar imagens de pacientes está liberado?
Outro ponto de conflito por anos, o uso de imagens de pacientes passa a ser permitida em para publicidade e postagens, desde que devidamente autorizadas pelo paciente e com legendas ou textos explicando o que foi realizado:
Este é um ponto de atenção para Ediney: uma clínica pode, por exemplo, usar duas imagens de um mesmo paciente que passou por algum procedimento, o famoso antes e depois, mas este conteúdo obrigatoriamente precisa estar acompanhado de um texto que explique o que foi realizado – procedimentos, medicamentos e período de internação:
“O que segue proibido é usar essas imagens afirmando que a pessoa que procurar a clínica X ou Y vai conseguir os mesmos resultados. Cada paciente reage de uma forma diferente aos tratamentos e medicamentos e o máximo que pode ser feito é explicar o que foi feito. Se fizer qualquer promessa de resultado, está automaticamente ferindo o código de ética”.
Com a nova resolução de publicidade médica, Ediney entende que a comunicação será mais esclarecedora, moderna e vai melhorar a qualidade dos serviços. A divulgação de procedimentos médicos será benéfico para o internauta, que não precisará tentar adivinhar como algum médico pode ajudar:
“É uma vitória para a transparência das informações, uma proteção tanto para pacientes quanto profissionais. É preciso lembrar que as plataformas têm as suas próprias regras, ainda mais restritivas, e aí, apenas um profissional pode ajudar.” conclui o especialista.
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