Quando cai energia: é melhor utilizar geradores ou nobreaks?

Quando cai energia: é melhor utilizar geradores ou nobreaks?

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Especialista em energia explica a diferença entre as tecnologias, detalha a melhor forma de utilização de cada uma e orienta sobre quando elas devem ser utilizadas juntas – a fim de garantir a continuidade do fornecimento elétrico

 

Os apagões que vêm ocorrendo no Brasil, especialmente em São Paulo durante todo o ano acenderam o alerta para a necessidade de alternativas que tornem pessoas físicas e jurídicas menos dependentes dos serviços da concessionária de luz. Nos casos de queda de eletricidade, tanto o nobreak quanto o gerador são dispositivos projetados para fornecer energia de backup. No entanto, eles têm finalidades e capacidades diferentes, e a escolha entre um e outro depende das necessidades específicas de cada usuário e do tempo de duração da interrupção. É o que explica o engenheiro e diretor da TS Shara, Jamil Mouallem.

 

Nobreak (UPS – Uninterruptible Power Supply):

 

O nobreak é projetado para fornecer energia de backup instantaneamente em caso de falha de energia. É ideal para pequenas interrupções do serviço – ou para proteger equipamentos sensíveis contra picos de eletricidade e flutuações de tensão. O tempo de operação do nobreak é suficiente para permitir que você desligue o equipamento de forma segura. Seu intuito é fornecer energia durante algumas horas até que a energia do provedor principal seja restaurada.

 

Já o gerador é ideal para situações em que a interrupção do abastecimento energético é prolongada, por exemplo, nas falhas de energia causadas por desastres naturais, manutenção programada da rede elétrica ou casos em que a energia principal pode ficar indisponível por horas ou até dias. “Os geradores podem ser dimensionados para fornecer energia a uma ampla variedade de cargas, desde residenciais até industriais, no entanto, são nocivos ao meio ambiente, pois geralmente operam com combustíveis fósseis e poluentes como diesel, gás natural ou gasolina”, afirma Mouallem.

 

O engenheiro salienta que, quando ocorrem falhas e ou falta de energia, os geradores assumem a carga a eles conectados, porém há um tempo de transferência, que pode variar de gerador para gerador, por esse motivo é indispensável uma solução intermediária que mantenha o fluxo de eletricidade até que o sistema gerador consiga fornecer a energia. “Assim os Nobreaks executam uma missão crítica de grande importância, assumindo imediatamente a entrega de energia, sem impactos operacionais, evitando interrupções de redes, especialmente em sistemas de missão crítica, como saúde, segurança e equipamentos de telecomunicações, entre outros”, diz.

 

 

Segundo o executivo, o nobreak apresenta vantagens em termos de sustentabilidade e meio ambiente em comparação aos geradores. Pois, sobretudo os mais modernos, são projetados para oferecer alta eficiência em termos energéticos, especialmente em cargas leves ou moderadas. Isso significa que menos energia é desperdiçada durante a conversão, reduzindo o consumo total e diminuindo a emissão de carbono. Além disso, os nobreaks produzem menos ruído em comparação com os geradores, minimizando a poluição sonora.

 

Manutenção e Descarte

 

O diretor da TS Shara comenta que os nobreaks geralmente exigem menos manutenção em comparação com os geradores que possuem motores e sistemas mais complexos. Além disso, os nobreaks podem ser mais facilmente reciclados no final de sua vida útil – enquanto os geradores podem representar desafios adicionais no momento do descarte por utilizarem componentes mais pesados e funcionarem com óleos e combustíveis. “Em locais onde o espaço é limitado, os nobreaks de grande porte podem ser uma opção mais viável do que geradores, que além do espaço que ocupam, ainda exigem áreas adicionais para armazenamento de combustível e ventilação adequada”, ressalta Mouallem.

 

Embora os nobreaks ofereçam vantagens em termos de preservação ambiental, é importante notar que a escolha entre nobreaks e geradores depende das necessidades específicas de energia, do tempo de duração da interrupção do abastecimento energético e de outros fatores. E, em alguns casos, a combinação de ambos pode ser a solução mais adequada, visto que a redundância pode ser o fator crucial para evitar que a falta de energia prejudique o funcionamento de uma organização ou danifique os equipamentos, causando problemas como queima de dispositivos internos ou, até mesmo, curto-circuito.

 

“Além disso, já existem nobreaks de alta capacidade cujas funcionalidades, em alguns casos, se sobrepõem às dos geradores. Esses nobreaks de grande porte são geralmente conhecidos como sistemas de alimentação ininterrupta (UPS) de grande porte ou UPS industriais e são capazes de substituir parcialmente os geradores em determinadas circunstâncias”, complementa o especialista em eficiência energética.

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