Por Eduardo L’Hotellier*
Dentro do conceito de IOT, sigla em inglês para “Internet das Coisas”, um dos pilares mais controversos é a robotização, que nada mais é que o processo de automação de tarefas realizadas por inteligência artificial no lugar de pessoas. Um exemplo real disso é a Petrobrás que se prepara para ter sua primeira embarcação sem qualquer pessoa a bordo em 2030, e será operada por drones e robôs. No entanto, os profissionais especializados continuarão atuando, mas de forma segura e em terra firme.
O movimento da Petrobrás só corrobora algo que já prevíamos há tempos: a robotização. E o mercado de trabalho vai sentir cada vez mais e de forma positiva os efeitos disso. Inclusive, um levantamento da McKinsey aponta que menos de 5% dos empregos podem ser completamente substituídos pela tecnologia em 2030, embora quase todos os trabalhos envolvem tarefas que os robôs podem aprender a fazer.
Neste cenário, há um segmento cujo profissionais devem se tornar cada vez mais relevantes: os prestadores de serviços, que possuem uma perspectiva positiva para o setor, com a adoção de mais tecnologia.
Mas antes que as pessoas comecem a pensar em um pelotão de C3POs (androide do mundo fictício de Star Wars) “tomando” os empregos desses profissionais, a realidade deve ser diferente. Em uma entrevista à revista Time, Malcolm Frank, CEO da Talent Genius e autor do livro “O que fazer quando as máquinas fazem tudo”, diz que os prestadores de serviços, como encanadores, eletricistas e empreiteiros não serão substituídos, pois eles resolvem desafios únicos em ambientes variados – o que atualmente as máquinas não conseguem fazer.
A Revista Time criou uma ferramenta onde conseguimos descobrir qual a porcentagem do nosso trabalho pode ser feita por um robô. E algumas destas profissões relacionadas ao setor de serviços, são: Personal Trainer (11%); Advogado (23%); Nutricionista (44%); Maquiador (47%); e Pedreiro (53%).
Esses percentuais refletem o impacto da robotização nesses trabalhos, dando luz aos benefícios das inovações e à necessidade de adaptação dos trabalhadores às novas tecnologias. Dou aqui o exemplo dos analistas de investimentos e especialistas em segurança cibernética, que utilizam softwares com frequência para tomar decisões mais assertivas. E isso deve ser expandido para outros setores.
A robotização dificilmente será capaz de substituir a subjetividade e a personalização realizada por um ser humano. Um marceneiro irá entender a necessidade específica do seu cliente, e de acordo com cada particularidade fará apontamentos no planejamento inicial e irá adaptar os detalhes da demanda. Isso é muito mais amplo do que simplesmente viabilizar um pedido.
Embora a humanização salve os profissionais de serviços da automação, o setor não passará imune às ondas de inovação. Devemos começar a enxergar essas novidades como novas soluções ao invés de obstáculos para o avanço de nossos negócios. A adaptação será fundamental para um futuro de sucesso.
*Eduardo L’Hotellier – fundador e CEO do GetNinjas, maior aplicativo para contratação de serviços do Brasil
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