Estudo aponta que o câncer colorretal teve aumento de 80% no Brasil em 8 anos

Estudo aponta que o câncer colorretal teve aumento de 80% no Brasil em 8 anos

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Análise do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) aponta que os casos de câncer colorretal, o terceiro tipo mais letal da doença, aumentaram 80,3% no Brasil entre 2015 e 2023. Diagnósticos e atendimentos foram a base do levantamento realizado pelos planos de saúde.

Intitulado de “Câncer Colorretal Na Saúde Suplementar: Tendências e Desafios”, o estudo alerta para a necessidade de campanhas de conscientização e programas de rastreamento como medidas essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade da doença no país.

O aumento da incidência de câncer colorretal no Brasil acompanha uma tendência mundial. Em 2022, foram registrados 1,92 milhão de casos no mundo, com o Brasil ocupando a sétima posição no ranking global, somando 60,11 mil novos diagnósticos. Estudos indicam que a incidência da doença tem aumentado entre pessoas mais jovens, possivelmente como consequência da alimentação e do estilo de vida.

O cirurgião oncológico Marciano Anghinoni, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, aponta alguns fatores de risco para o câncer colorretal como, por exemplo, idade (maior a idade, maior o risco), grau de desenvolvimento econômico da população, dieta rica em gordura animal, consumo excessivo de carne vermelha, carne processada (linguiça, presunto, salame, salsicha e defumados), obesidade (IMC superior a 30), tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.

“Pessoas com doença inflamatória intestinal, como colite ulcerativa e doença de Crohn, têm chances aumentadas de desenvolver a doença, assim como aquelas que têm histórico familiar. Cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com câncer colorretal têm histórico da doença entre os parentes. Por isso, nossa recomendação é dar toda atenção quando houver na família um parente de primeiro grau que apresentou a doença”, destaca o médico.

Diagnóstico precoce é fundamental

Segundo Dr. Marciano Anghinoni, a detecção precoce desempenha um papel vital na melhoria do prognóstico e nas taxas de sobrevivência do câncer do aparelho digestivo. Quando diagnosticado em estágios iniciais, o tratamento pode ser mais eficaz e menos invasivo, oferecendo melhores resultados aos pacientes. Exames como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes desempenham papel essencial na identificação de lesões iniciais. “A colonoscopia é o exame que deve ser feito para o diagnóstico precoce do câncer colorretal e recomenda-se para qualquer pessoa a partir dos 45 anos, e com repetição a cada 3 anos. Além de detectar o tumor em seu estágio inicial, quando as chances de cura são muito maiores, a colonoscopia possibilita identificar e remover pólipos antes que eles se transformem em tumores malignos”, salienta Dr. Marciano Anghinoni.”

O tratamento do câncer colorretal varia conforme o estágio da doença e a localização do tumor. A cirurgia é o tratamento principalmente quando o tumor não se espalhou para outros órgãos, além de outros tratamentos como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias direcionadas.

A cirurgia robótica vem sendo bastante utilizada, principalmente no câncer de reto. Dr. Marciano Anghinoni cita que esse tipo de cirurgia proporciona ao paciente uma cirurgia menos invasiva, mais precisa e mais segura.

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