Uma pesquisa cientifica de alto valor histórico e cultural é o presente da Estância Turística de Itu aos habitantes da “capital nacional do exagero” para comemorar os 411 anos de fundação no próximo dia 2 de fevereiro de 2021.
A história revela que a única obra que restou do Convento Franciscano, fundado em 1692, que sofreu um grande incêndio em 1907, resultando na completa destruição do conjunto de prédios que o compunham, foi o Cruzeiro.
Ele ficava na porta de entrada do Convento, datado de 1795 e, possivelmente, é o único exemplar no mundo construído em rochas de arenito e varvito. A autoria da obra do Cruzeiro de São Francisco de Itu é do ex-escravo Joaquim Pinto de Oliveira, o Mestre Canteiro Thebas, que pelas várias obras de arte religiosa, em diversas igrejas de Itu e São Paulo, o eternizaram como personagem da história colonial paulista.
Os arqueólogos e pesquisadores que colaboram com o atual restauro consideram que o entorno do Cruzeiro é um local de encontro de culturas e histórias, pois a obra é uma narrativa do passado, “a história que não está escrita, está no solo”, comentam. Eles acreditam que a região foi um aldeamento indígena, talvez a Maniçoba, devido sua localização geográfica com córregos e áreas mais altas, e que, vestígios dessa civilização possam ser encontrados durante as escavações, o que levaria a um conhecimento histórico de ocupação local de até milhares de anos.
Durante os trabalhos de escavação realizados no entorno do Cruzeiro Franciscano, localizado na Praça Dom Pedro I, Centro Histórico de Itu, diversos pequenos artefatos foram encontrados como pedaços de louça, cerâmica, vidros, um botão, uma chave, uma medalha entre outros, que serão analisados para catalogação e datação.
Tudo isso, por meio de análise de especialistas, diz muito sobre o estilo de vida e hábitos que eram levados em cada uma das épocas representadas pelos artefatos, assim como dá indícios do que havia no local.
Durante as escavações maiores encontrou-se um assentamento de pedras, que pode estar relacionado com a construção que existia no entorno da cruz e foi retratada pelo artista ituano Miguelzinho Dutra. Majoritariamente, o que foi encontrado é em varvito, constante presença em calçamentos e mais uma comprovação da primeira marca cultural ituana, a utilização de uma rocha local no sistema construtivo da cidade desde sua origem.
É a história da cidade sendo resgatada e trazida à luz, algo que estava somente no subjetivo e agora se torna concreto com as evidências encontradas no solo da Praça Dom Pedro I. Um trabalho que vai muito além do restauro do Cruzeiro, mas que pode passar pela civilização brasileira ainda antes da chegada de Cabral até os dias de hoje, contando a história da ocupação humana nas terras onde hoje chamamos de Itu.
A próxima fase contempla o restauro e recuperação do monumento que está fragilizado pela ação do tempo e intempéries. Todo o processo de restauração, urbanização e paisagismo da praça deverá ocorrer em cerca de 18 meses, caso não haja imprevistos.
Legenda da foto: diversos pequenos artefatos foram encontrados como pedaços de louça, cerâmica, vidros, um botão, uma chave, uma medalha entre outros, que serão analisados para catalogação e datação.
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